Diante das intensas chuvas, Santa Catarina envia ajuda humanitária ao Rio Grande do Sul

Uma equipe composta por 34 profissionais, um helicóptero, oito viaturas, 12 embarcações e uma viatura com equipamentos específicos para resgate em deslizamentos foram enviados ao RS

O Governo do Estado, expressou sua preocupação com a situação enfrentada no Rio Grande do Sul devido às intensas chuvas.
Sob a direção do governador Jorginho Mello, a Defesa Civil de Santa Catarina, a Polícia Militar (PMSC) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMSC) mobilizaram equipes completas e recursos para auxiliar o estado vizinho.

No dia 1º de maio, uma equipe composta por 34 profissionais, um helicóptero, oito viaturas, 12 embarcações e uma viatura com equipamentos específicos para resgate em deslizamentos foram enviados ao RS. "Entendemos a dificuldade enfrentada em situações como essa e reconhecemos a importância de toda ajuda disponível. Por isso, agimos rapidamente para enviar assistência. Estamos comprometidos em prestar todo o suporte necessário. Nossa Defesa Civil e nossas Forças de Segurança estão preparadas para atuar em momentos como este", afirmou o governador Jorginho Mello.

Fotos: Airton Fernandes/SDC

A Secretaria da Proteção e Defesa Civil (SDC) foi encarregada pelo governador de coordenar e integrar os esforços do governo nessa operação humanitária. O coronel Fabiano de Souza, secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, explicou que, mesmo com Santa Catarina sob alerta devido às chuvas, era imprescindível oferecer ajuda aos gaúchos e manter-se preparado para responder às necessidades dos catarinenses.

Os bombeiros militares concentraram-se no quartel de Araranguá e seguiram para Lajeado, onde participarão das operações de resposta ao desastre. As equipes foram enviadas dos municípios de Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Itajaí, Tubarão, São José e Balneário Camboriú, demonstrando a união de esforços de todo o estado.

Fotos: Airton Fernandes/SDC

O comandante-geral do CBMSC, coronel Fabiano Bastos das Neves, enfatizou o compromisso de proteger vidas, independentemente de fronteiras, e oferecer todo o apoio necessário à população gaúcha.

Os recursos empregados incluem 30 bombeiros militares, 11 embarcações, 08 viaturas 4x4 e 01 viatura com equipamentos específicos para resgate em deslizamentos. Além disso, a Polícia Militar de Santa Catarina enviou uma equipe para auxiliar no resgate e apoio às famílias desabrigadas, com planos de reforçar a segurança pública quando as águas baixarem.

Fotos: Airton Fernandes/SDC

O comandante-geral da PMSC, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, destacou que os policiais catarinenses permanecerão no Rio Grande do Sul pelo tempo que for necessário para prestar assistência. No Rio Grande do Sul, desde o último domingo, foram registradas três mortes e danos em pelo menos 76 cidades, com previsão de mais chuvas intensas.

Santa Catarina também está em alerta, pois as chuvas que atingem o RS podem se estender ao estado nos próximos dias.

Rio Grande do Sul

Com uma voz pesarosa e um semblante carregado, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pronunciou-se no final da tarde desta quarta-feira, pintando um quadro sombrio da situação enfrentada pelo estado. Em meio aos destroços e à tragédia deixada por um episódio de chuvas sem precedentes, Leite não hesitou em descrever a situação como "o pior desastre de sua história", apesar de reconhecer que em 1941 as enchentes foram mais extensas.

Em suas palavras, anunciou a suspensão das aulas na rede estadual de ensino, reconhecendo a gravidade do momento: "Infelizmente será o maior desastre que o nosso Estado terá enfrentado, maior do que o que nós assistimos no ano passado. Estamos vivendo um momento muito crítico", expressou o líder estadual perante a imprensa em Porto Alegre.

Os números divulgados pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul são alarmantes: 10 pessoas mortas, 21 desaparecidas, 107 municípios afetados e mais de 19.110 pessoas diretamente impactadas. O deslocamento forçado de mais de 4,3 mil indivíduos de suas residências apenas aumenta a dimensão da catástrofe. E, segundo Leite, a perspectiva é de que esses números cresçam ainda mais.

Com mais de 900 resgates realizados até o momento, as operações de salvamento enfrentam enormes desafios, conforme destacou o governador. A prioridade é clara: resgatar aqueles que se encontram em áreas isoladas e vulneráveis, muitas vezes com a ajuda crucial das aeronaves da Aeronáutica.

O contexto de perigo se estende também às barragens, com alertas de possível rompimento e alagamento iminente. Um plano de contingência já está em vigor, em colaboração com as prefeituras locais, visando à retirada segura dos moradores das áreas de risco.

Essa não é a primeira vez que o Rio Grande do Sul enfrenta uma tragédia desse porte. No segundo semestre do ano passado, as enchentes causadas por intensas chuvas resultaram em uma das piores cheias em décadas, com mais de 50 mortes e devastação generalizada.

Diante desse cenário desolador, o apoio nacional se faz urgente. O presidente Lula, em um vídeo divulgado, manifestou sua prontidão para enviar ajuda, com helicópteros e quantos homens forem necessários para auxiliar no socorro às vítimas. A solidariedade se materializa também na ação da Força Aérea Brasileira, que disponibilizou seus recursos para resgatar os atingidos pela enchente na região de Santa Maria.

Enquanto o Rio Grande do Sul luta para se reerguer diante dessa terrível adversidade, a mobilização e a solidariedade de todo o país se mostram essenciais para mitigar o sofrimento e reconstruir o que foi perdido.

Informações: Metsul e Agência de Notícias SECOM